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Dupla formada há dois anos, Gabi Nicolino e Samuca misturam opostos em busca de bom resultado em Tóquio 2020

Time da classe Nacra 17 foi 5ª colocados no Mundial da Dinamarca em 2018 e bronze no Pan de Lima 2019. Agora, eles sonham em brigar por um pódio nos Jogos Olímpicos.

Ela não tinha nenhum velejador na família, ele cresceu no mar com o pai. O primeiro barco dela chamava “Papaléguas”, o dele “100 jeito”. Ela só teve a certeza de que queria ser atleta profissional depois de 15 anos velejando, ele soube desde a primeira competição. Ele é agitado, ela é mais calma. Ele é intenso, ela é equilibrada. “Ele nos puxa para chegar nos nossos melhores momentos e eu tento não deixar a gente desestabilizar para não termos os ruins”, disse ela. “Eu posso ajudar com a experiência de quem já esteve nos Jogos e ela vai me ajudar com o ânimo e motivação de quem estará lá pela primeira vez”, disse ele.

Faz dois anos que ela, Gabriela Nicolino, e ele, Samuel Albrecht, ou apenas Samuca, se juntaram num barco Nacra 17 para buscar uma vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Depois de viver anos como rivais, a Confederação Brasileira de Vela e o Comitê Olímpico do Brasil incentivaram os dois a unirem as forças. Eles aceitaram e, em apenas 20 dias treinando juntos, conseguiram a vaga olímpica para o Brasil com o 5º lugar no Mundial da Dinamarca, em 2018.

“Sem a Gabriela não consigo nem velejar o barco. Ela tem diversas qualidades como ser atenta aos trabalhos da equipe, tem muita disciplina, rotina, cuida muito da preparação física. É excelente profissional-atleta. Além de todas essas qualidades, ela é muito compreensiva e me ajuda muito com meus outros projetos”, contou Samuca, que também comanda a Crioula Sailing Team, em regatas oceânicas. “É muito saudável trabalhar com contrapontos para achar o equilíbrio, fundamental para o sucesso”.

“O admiro muito como atleta e velejador e acho que somos bastante complementares, um ponto importante no nosso desempenho. Ficamos felizes pela decisão acertada de formar a nova dupla, somado a um alívio misturado com euforia de já ter classificado o país na primeira seletiva olímpica”, disse Gabi, que enquanto competiu arrumou tempo para se formar em Publicidade e Propaganda pela ESPM e concluir um mestrado em Sistemas de Gestão e Sustentabilidade pela UFF.

Mas essa foi só a primeira parte da saga da classificação olímpica. “Foram duas etapas: primeiro tivemos que conquistar a vaga para o Brasil. Foi incrível, melhor resultado internacional do Brasil na classe Nacra 17 até então. Fora que, finalmente, eu estava um passo mais perto de ir para os meus primeiros Jogos Olímpicos”.

“A seletiva nacional foi no Mundial de 2019. Foi um ano duro de logística intensa, com muitas viagens por conta dos Jogos Pan-Americanos e da etapa no Japão. Todo deslocamento de material em containers e uma lesão do Samuca no início do ano nos fez perder quase dois meses de treinamento. Chegamos tensos para a seletiva. Mas estávamos com a cabeça preparada, velejamos muito bem em condições muito difíceis e, no penúltimo dia, em 6º geral, garantimos a vaga. Ainda tivemos uma quebra de material no último dia que nos custou caro, caindo para a 11ª colocação, mas a missão estava cumprida”, lembrou Gabriela.

Parceria

A lesão, inclusive, quase fez a dupla acabar. Samuca define o momento como o mais difícil da carreira até agora. “A medalha de prata na etapa de Miami da Copa do Mundo foi um momento muito especial, que coroou uma série de decisões tomadas em 2018 e mostrou que estamos no caminho certo para Tóquio”.

“Só que logo depois sofri uma lesão de fratura exposta no dedo enquanto corríamos uma regata no Troféu Sofia. Isso veio como um balde de água fria. Foi um longo recomeço, com metas a curto prazo como os Jogos Pan-Americanos e a eliminatória brasileira da classe Nacra 17, durante o Mundial 2019, na Nova Zelândia”.

Mas esse não foi o único perrengue que a dupla passou desde que começaram a treinar juntos. “Hoje na Nacra 17 chega até a ser meio perigoso por causa da velocidade, mas já perdi as contas de quantas vezes eu já saí voando do barco, acabei de cabeça para baixo ou viramos sem nenhum controle do que estava acontecendo. Damos muita risada no barco”, disse Gabriela.

Dando a volta no tempo ruim, a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos Lima 2019 deu um novo gás para a dupla. Para Gabi, foi um pódio inesquecível. “O momento mais marcante da minha carreira até agora foi a medalha no Pan-Americano de Lima, mesmo com o gosto amargo de um bronze que poderia ser ouro, não tem como comparar a sensação de conquistar uma medalha em Jogos para o Brasil dessa forma”.

Depois de passarem por esse turbilhão de emoções, o momento é de focar na preparação para as temidas condições de navegação em Enoshima durante os Jogos Olímpicos. “Para a vela, os Jogos de Tóquio trazem uma condição técnica muito específica (por conta da época de tufões no Japão). Enfrentamos condições de ondas e ventos muito extremas. Então, nosso foco é investir no treinamento técnico nestas condições para ganharmos um diferencial frente aos outros times”.

“Precisamos de treinamentos em locais específicos para encontrar essas condições. Isso significa levar toda nossa estrutura de treinos constantemente para Florianópolis ou Punta del Este no Uruguai, por exemplo. É custoso e trabalhoso, esem o apoio e estrutura do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da Confederação Brasileira de Vela (CBVela) nada disso seria possível”.

Tão diferentes, mas, ao mesmo tempo, complementares. E isso pode ser um diferencial para um bom desempenho nos próximos Jogos.

“Quando penso em Tóquio vem uma excitação. Ainda mais em tempos de quarentena, que não vejo a hora de voltar para a água. Mas uma excitação bem positiva, um sentimento de realização, acompanhado de determinação. Como equipe estamos muito focados. E queremos essa oportunidade de performar no máximo de nosso potencial. Temos uma dinâmica boa e consistente. Vai ser interessante ver isso em ação durante os Jogos, quando a experiência dele vai somar ainda mais”, concluiu Gabriela.

“Ultimamente, minha família está muito na minha cabeça. Penso que minhas filhas daqui a uns anos vão poder perceber o tamanho disso, ver o pai delas na televisão competindo, representando o Brasil em uma edição de Jogos Olímpicos e isso me emociona, me deixa muito feliz”, completou Samuca.

Foto: Jonne Roriz/COB
Fonte: Comitê Olímpico do Brasil

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Wesley Lima

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades culturais, sócio-políticas e econômicas da região.

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