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Capes auxilia no desenvolvimento do país

Em comemoração ao aniversário da CAPES, que completou 69 anos no último sábado, o presidente Benedito Aguiar faz um balanço das ações nos primeiros seis meses de 2020.

Neste período de pandemia a CAPES reorganizou sua forma de trabalho e manteve todas as iniciativas em funcionamento, com aumento da produtividade e implementação de ações inéditas. A continuidade de programas e a criação de outras iniciativas são destacadas por Benedito Aguiar em entrevista, onde fala do aumento do número de bolsas à avaliação multidimensional, passando pela educação a distância, formação de professores e auxílio aos bolsistas no Brasil e exterior. “A CAPES tem tido um papel fundamental no desenvolvimento social e econômico do nosso País e se tornará cada vez mais relevante na busca de uma melhor qualidade de vida da população”, ressalta.

O período da pandemia tem sido de grande desafio na gestão das instituições. O que a CAPES tem feito para manter o seu trabalho neste novo cenário?
De fato, esse período da pandemia tem sido um desafio para todos, para as instituições e também para CAPES. Para todo o sistema educacional brasileiro, de uma forma geral. Aqui, na CAPES, podemos dizer que tivemos que reorganizar a nossa forma de trabalho, que era todo presencial. Eu posso afirmar que, em princípio, a produtividade até aumentou. Não tivemos nenhuma descontinuidade do trabalho, que praticamente continuar como vinha sendo realizado anteriormente. Essa pandemia, inclusive, vai nos levar a algumas reflexões. A necessidade de que alguns setores podem, sem problema nenhum, trabalhar remotamente, sem qualquer prejuízo para as atividades da CAPES. Podemos afirmar que o trabalho da CAPES foi realizado sem qualquer interrupção.

Em 2020, a distribuição de bolsas de mestrado e doutorado passou a ter um modelo, o que é um marco para a pós-graduação brasileira. Qual é o ganho dessa medida?
Havia a necessidade de que tivéssemos um tratamento mais isonômico para os programas de pós-graduação com a mesma nota, em uma mesma área. Observamos que alguns programas bem avaliados tinham menos bolsas do que programas não tão bem avaliados no processo de concessão de bolsas. Precisávamos então estabelecer um modelo simples, que partisse de uma valorização do processo de avaliação. Outra variável considerada foi o tamanho do curso, medido pelo número de titulados, que reflete o mérito quanto à capacidade de titulação. A terceira variável associada ao modelo foi relacionada à redução das assimetrias existentes nas várias regiões do país. Ou seja, temos observado, através dos vários planos nacionais de pós-graduação, a existência, ainda, de assimetrias: há regiões onde a maioria dos programas de pós-graduação estão consolidados, regiões em que os programas não estão consolidados, e há programas que, pelo fato de estarem inseridos em determinadas regiões economicamente menos favorecidas, poderiam receber uma ajuda, um reforço adicional. Então, a terceira variável introduzida no modelo, para a redução das assimetrias, foi a utilização do IDH do município onde a instituição está localizada. Com esse modelo, tivemos a necessidade de aumentar o número de bolsas: passamos de algo em torno de 80 mil bolsas, em fevereiro, para mais de 84 mil bolsas. Por quê? Ao fazermos a redistribuição do número de bolsas existentes no sistema, observamos que cursos bem avaliados precisavam receber mais bolsas apontadas pelo modelo. Por essa razão, tivemos que aumentar em cerca de 4 mil as bolsas no sistema para atender melhor às demandas dos vários cursos de pós-graduação do país.

Para a pós-graduação, a CAPES lançou dois programas também inéditos, um em parceria com as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa e outro para a Amazônia Legal. De que forma essas iniciativas vão contribuir para o desenvolvimento da pesquisa e formação de recursos humanos de maneira mais simétrica?
Essas medidas vão, mais uma vez, na direção de observamos as vocações regionais. Esses dois programas de apoio são uma forma de incentivo aos cursos de pós-graduação. Eles são estratégicos na região, mas precisam de um esforço adicional por parte da CAPES. No caso da Amazônia Legal, lançamos um programa que solicita às instituições daquela região a elaboração de um plano de desenvolvimento em áreas estratégicas. São áreas que representam a vocação, a identidade da região; onde há um potencial enorme que precisa ser alavancado. Tem um olhar diferenciado para os programas emergentes naquela região e, também, planos de desenvolvimento para a consolidação da pós-graduação por meio da nucleação de novas áreas de pesquisa em função das demandas estratégicas daquela região. Semelhante a esse programa que lançamos recentemente para a Amazônia Legal – não apenas para uma região, mas para todo o país –, em parceria com as Fundações de Amparo à Pesquisa, teremos também um olhar especial para aqueles programas que são estratégicos em determinadas regiões e ali contribuem para o necessário desenvolvimento da vocação regional. São programas estratégicos, que vão possibilitar alavancarmos cada vez mais a pós-graduação em áreas necessitadas de um apoio adicional. Creio que teremos resultados muito significativos para a redução das assimetrias e a contribuição do desenvolvimento científico e tecnológico do nosso País.

Na avaliação, as propostas do modelo multidimensional foram apresentadas. Ele será implementado em 2021. Qual o ganho para a pós-graduação brasileira?
O atual modelo de avaliação da pós-graduação é um modelo amadurecido, consolidado. Contudo, não significa que nós não tenhamos que aprimorá-lo para que possa atender melhor às demandas da sociedade por meio do Sistema Nacional de Pós-Graduação. O modelo que implantaremos, chamado Modelo Multidimensional, foi aprovado pelo conselho superior da CAPES em 2018. Qual é a vantagem desse modelo? O programa de pós-graduação poderá melhor encontrar sua identidade, ou seja, sua vocação. Eles serão submetidos aos mesmos critérios e, naturalmente, cada um na sua determinada área, podendo ter o seu direcionamento, a sua vocação, mais bem considerada. Então, esse modelo vai possibilitar múltiplos olhares no processo de avaliação. Desse modo, um programa que tenha interesse em voltar-se à inovação tecnológica terá essa oportunidade. O programa que tenha a vocação mais de atendimento às demandas regionais, aos setores estratégicos da região em que está inserido, terá a sua oportunidade também. Programas que desenvolvem a pesquisa no estado da arte do conhecimento poderão, então, ir também nessa direção. Programas que se preocupem mais com os processos de ensino e aprendizagem, com a formação dos profissionais, seja para academia, seja para os vários setores do mundo do trabalho, poderão, também, seguir nessa direção. É um modelo mais complexo, mais inclusivo com relação às várias formas de trabalho, às várias vocações existentes, inerentes a cada programa. Tenho a certeza de que o modelo multidimensional trará resultados muito significativos para o Sistema Nacional de Pós-Graduação.

Neste período da pandemia, a CAPES teve um cuidado especial com os bolsistas no Brasil e no exterior. O que foi feito?
Os bolsistas que estão no Brasil tiveram muitas dificuldades em dar continuidade às suas pesquisas por conta das limitações impostas pela pandemia como universidades fechadas e laboratórios sem funcionar. Então, abrimos a possibilidade de que as bolsas desses alunos tivessem sua vigência prorrogada por até três meses. Com isso demos a possibilidade de recuperarem esse tempo que afetou seus trabalhos de pesquisa.

Com relação aos bolsistas que se encontram no exterior, sabemos que têm um perfil diferenciado: são jovens, mas também são pesquisadores maduros, que vão para outras universidades desenvolver seus trabalhos de pesquisa. Diante da dificuldade encontrada em muitos países, sobretudo no início da pandemia, abrimos a possibilidade para que retornassem ao País, para que pudessem se sentir mais seguros com relação à situação em que se encontravam no exterior. Na realidade, a CAPES tem uma preocupação grande com o cuidado dos bolsistas. Muitos retornaram ao Brasil e aqueles que não puderam retornar no tempo oportuno, por causa de fronteiras fechadas, tiveram suas bolsas renovadas até o momento em que pudessem voltar.

No caso da educação a distância, as aulas da Universidade Aberta do Brasil (UAB), reconhecidas como de qualidade, foram mantidas. O que isso representa em relação às novas formas de se ensinar e aprender?
Creio que essa pandemia vá nos levar a algumas reflexões sobre o ensino a distância. Precisamos repensar os nossos processos de ensino e aprendizagem no sentido de nos conscientizarmos de que um ensino de qualidade não necessariamente tem que ser feito presencialmente. O ensino presencial é importante, ele é fundamental, mas nós podemos observar que muitas instituições, que já tinham a cultura da educação a distância no ensino online, estão se saindo muito bem durante esse período de pandemia. Há certo preconceito em relação à educação a distância que vai ter que ser repensado, seja no ensino totalmente a distância (EaD), propriamente dito, ou na sua concepção mais ampla, o ensino a distância compartilhado com o ensino presencial. Seja esta última modalidade de ensino, que nós chamamos muitas vezes de híbrido, ou mesmo o ensino presencial, deveremos trazer recursos tecnológicos para auxiliar, para mediar o processo de ensino-aprendizagem. Sempre digo que não podemos dizer que o aluno só terá resultado positivo do processo de ensino-aprendizagem se ele estiver diante do professor, no ensino completamente presencial. Podemos, sim, ter um bom aproveitamento no processo de ensino-aprendizagem nessas novas modalidades de ensino. Eu creio que muitas propostas serão apresentadas à CAPES, de programas de pós-graduação que utilizam a metodologia do ensino a distância.

O sr. cita com muita frequência a palavra inovação. Como a CAPES pode ir mais longe nesta questão?
A inovação é algo fundamental para o desenvolvimento de qualquer país. Quando eu me refiro à inovação, estou me referindo ao conceito da OCDE, ou seja, da apropriação do conhecimento científico e tecnológico para que produtos novos ou aperfeiçoados sejam colocados à disposição da sociedade. Então, é fundamental que o trinômio ciência, tecnologia e inovação possa estar presente no Sistema Nacional de Pós-Graduação. Ao longo do tempo a CAPES teve uma tradição muito grande em formar pessoal altamente qualificado para a academia e precisamos continuar formando o mestres e doutores para os sistemas educacionais. Mas, precisamos também voltar a atenção para a formação de mestres e doutores, sobretudo pesquisadores, para a inovação, de tal maneira que possamos agregar valor econômico aos resultados da pesquisa a ser realizada no âmbito da pós-graduação. A CAPES, sem qualquer prejuízo às atividades de pesquisa acadêmica, quer criar condições, por meio de programas induzidos, para a inovação, sobretudo nas engenharias e nas áreas tecnológicas. Não apenas nessas áreas, naturalmente, mas com ênfase muito grande nelas. Com esse objetivo a CAPES tem discutido uma revisão dos seus estatutos e propusemos a criação de uma nova diretoria da CAPES, de pesquisa e inovação, para que tenhamos uma maior interação da academia com segmentos organizados da sociedade – em especial o industrial e o de serviços – para desenvolver trabalhos de pesquisa colaborativos, voltados para o desenvolvimento do País, em atendimento às demandas da sociedade.

A CAPES está fazendo 69 anos. Qual a relevância da instituição?  Para o futuro, como o senhor enxerga a CAPES no desenvolvimento do País?
Nenhum país se desenvolve sem que haja uma preocupação com relação à geração do conhecimento científico e tecnológico e da valorização de sua cultura. A universidade brasileira tem dado uma contribuição muito grande neste sentido. A CAPES apoia a universidade, por meio dos seus programas, para que haja apropriação do conhecimento gerado para atendimento às demandas da sociedade. A CAPES tem tido um papel fundamental no desenvolvimento social e econômico do nosso País e se tornará cada vez mais relevante, considerando que o Brasil precisa se desenvolver na busca de uma melhor qualidade de vida da população e de um desenvolvimento social e econômico consistente.

Fonte: gov.br / Imagem em destaque: folhabv

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Leonardo Garbossa

Colunista associado para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades sócio-políticas e econômicas da região.

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