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História

A rígida Educação de Dom Pedro II – Cuidadores

Ao deixar o país, o Imperador d. Pedro I escolheu três pessoas para cuidar de seus filhos, o príncipe d. Pedro e suas duas irmãs, que ficaram no Brasil. A primeira foi José Bonifácio, a quem nomeou tutor de seus filhos, posição confirmada em seguida pela Assembléia Geral. A segunda foi D. Mariana de Verna Magalhães Coutinho, que já ocupava o cargo de aia desde o nascimento do pequeno Pedro. A terceira foi o afro-brasileiro Rafael, veterano da Guerra da Cisplatina, empregado no Paço de São Cristóvão e homem de confiança de Pedro I, a quem pediu para que tomasse conta do filho, e de fato o fez, até o fim de sua vida, em 1889.

José Bonifácio

José Bonifácio foi quem escolheu os primeiros professores: Luis Alexis Boulanger, de Caligrafia e Geografia; Pedro Renato Boiret, Francês; Simplício Rodrigues de Sá, Desenho; Lourenço Lacombe, Dança; Fortunato Mazziontti, Música.

Assim, o príncipe D. Pedro começou a estudar sob a orientação da “camareira-mor” D. Mariana Carlota de Verna Magalhães Coutinho, mais tarde Condessa de Belmonte. Em dezembro de 1833, José Bonifácio não pôde ficar no cargo e foi destituído. Suas relações com a Regência Liberal tornaram-se insustentáveis devido a seu papel como líder dos restauradores que desejavam o retorno de Pedro I, não como Imperador, mas como regente até a maioridade de seu filho.

A Assembléia Geral nomeou para substituí-lo Manuel Inácio de Andrade Souto Maior Pinto Coelho, Marquês de Itanhaém, que era senador do Império do Brasil (1844 a 1867), como tutor da Família Imperial Brasileira, tendo sido o responsável pela educação do príncipe Dom Pedro desde o início de sua adolescência.O Marquês de Itanhaém fora escolhido pelo fato de ser considerado submisso e manipulável. Era um homem de inteligência pretensamente medíocre, mas honesto e com sabedoria suficiente para providenciar ao pequeno Imperador uma educação extraordinária.

Manteve os mesmos professores que já lecionavam ao príncipe Pedro e suas irmãs quando José Bonifácio era tutor. A exceção coube ao Frei Pedro de Santa Mariana que foi nomeado para ocupar o lugar do Frei Antônio de Arrábida (que também educou Dom Pedro I na infância). Frei Pedro Mariana atuou como diretor geral dos estudos de Pedro e também lhe ensinou Latim, Religião e Matemática. Foi uma das poucas pessoas, além de sua família, por quem Pedro nutriu uma grande afeição.

O Marquês de Itanhaém e Frei Pedro Mariana educaram o príncipe Pedro para que considerasse todos os seres humanos como iguais, para que fosse imparcial e justo, para que fiscalizasse os funcionários públicos, inclusive os ministros, que não tivesse favoritos e que sempre se preocupasse com o bem público. Ambos tinham como objetivo “Formar um monarca humano, sábio, justo, honesto, constitucional, pacifista, tolerante. Isto é, um governante perfeito, dedicado integralmente as suas obrigações, acima das paixões políticas e dos interesses privados”.

Sendo um monarca constitucional, sua educação era acompanhada atentamente pela Assembléia Geral que exigia por parte do Marquês de Itanhaém relatórios acerca de seu progresso nos estudos. Enquanto isso, o príncipe Pedro era mantido completamente alheio ao que se passava fora do Palácio, inclusive quanto a questões políticas e a anarquia generalizada no país.

Dom Pedro, Dona Francisca e Dona Januária, de Félix Émilie Taunay (1795-1881)

Como muitas outras imagens do imperador criança, nesta pintura Pedro está cercado de globos, livros e cadernos. Estudava e se preparava para ser o futuro imperador. A educação de d. Pedro II começou quando ainda era herdeiro do trono e já sabia ler e escrever em Português aos cinco anos de idade. Seus primeiros professores foram Mariana de Verna e Frei Antonio de Arrábida.

Ao tornar-se Imperador, já possuía mestres ilustres de seu tempo e instruiu-se em disciplinas diversas, desde línguas, História, Filosofia, Astronomia, Geografia, Ciências Naturais, Música, Caça, Equitação e Esgrima.
Dentre eles, estavam Félix Taunay e Luís Alves de Lima e Silva (filho do regente Francisco de Lima e Silva, e que depois vira a ser o Duque de Caxias), professores de Francês e Esgrima, respectivamente, pelos quais teria uma amizade e admiração que perduraria por toda a vida. Pedro passava o dia inteiro estudando e apenas duas horas eram destinadas a diversão. Acordava às seis e meia da manhã e começava os estudos às sete e continuava até às dez da noite, quando ia para cama. Às vezes, Frei Pedro Mariana tinha que apagar a luz para impedir que o adolescente Pedro ficasse lendo a noite toda.

Foi o carmelita Frei Pedro de Santa Mariana e Souza, mais tarde Bispo de Crisópolis, que lhe ensinou a doutrina Católica, Latim e Matemática. Seu professor de Francês era o Padre Renato Boiret; de Alemão era Roque Schuch; de Inglês era Nathaniel Lucas; de Francês era Félix Émile Taunay; De Dança foram Joseph Lacombe e Lourenço Lacombe; de Desenho e Pintura, Simplício Rodrigues de Sá; de Esgrima, nada mais nada menos que Luiz Alves de Lima e Silva o futuro Duque de Caxias. Cândido José de Araújo Viana, professor de Português e Literatura, mais tarde se tornaria o Marques de Sapucaí.
“Tinha-se um grande cuidado para que D. Pedro II fosse o oposto do Pai, tanto na educação, quanto no caráter e também na personalidade”.

Fonte: CALMON, Pedro, A vida de D. Pedro II, o rei filósofo, Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 1975.

Deusati Eliane

Colunista associada para o Brasil em Duna Press Jornal e Magazine, reportando os assuntos e informações sobre atualidades sócio-políticas e econômicas da região.

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